Pular para o conteúdo principal

Rosalba Ciarlini: “Não tenho o que temer”

Aldemar Freire - editor de Política da Tribuna do Norte
Sara Vasconcelos  - repórter
Após conseguir suspender a ação do TRE que determinou o afastamento do cargo, a governadora Rosalba Ciarlini se mostra mais confiante e diz que, embora tenha recebido com surpresa a notícia, a situação já está superada. Sobre o processo político em Mossoró, e com a cassação da prefeita Cláudia Regina e a deputada Larissa Rosada,  Ciarlini afirma que acompanhará de perto o desfecho. “Com certeza, não ficarei fora de qualquer decisão que seja necessário tomar”, afirmou. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, a governadora Rosalba Ciarlini evitou comentar sobre o índice de rejeição e nominar as  “forças ocultas”.
Foto: Alex Régis
z
Veja alguns trechos da entrevista:
Na semana passada, o TRE decidiu pelo seu afastamento do cargo. Depois, o TSE suspendeu a cassação. Como a senhora recebeu a notícia naquele momento e como está conduzindo o governo diante deste processo? Isso tem atrapalhado na condução da administração?
Fiquei surpresa [com a decisão do TRE], por ser algo inacreditável. Não havia nada que levasse, de acordo com os advogados que acompanham a ação, àquele tipo de resultado. Mas isso já passou, já foi reposto. No entanto, não houve nenhuma solução de continuidade. Pelo contrário, permaneci com as atividades normais, antes mesmo que fosse publicado o acórdão, o Supremo desse o veredicto.
Há um aspecto no processo ainda em aberto: o da inelegibilidade. A senhora pretende continuar discutindo?
Com a decisão que foi posta foi retirada as duas questões, tanto a perda de mandato, quanto a inelegibilidade. Mas eu tenho tranquilidade. Sei que tenho governado com rigor , no caminho da honestidade, da transparência, com dificuldades, sim, mas combatendo a corrupção. Então, não tenho o que temer.
A senhora afirmou que há “forças ocultas agindo contra o RN”. A quem especificamente se referiu? Estão agindo agora próximo ao pleito eleitoral ou durante toda a gestão? Algum aliado que deixou a aliança…
Se as forças são ocultas, são ocultas. É uma expressão. Mas um exemplo dessa ação pode ser ilustrado com a Arena das Dunas. Diziam que não sairia e ficará pronta antes do prazo e com o mesmo valor estimado do início da obra. Sem atrasos. O aeroporto é outro caso, os acessos sendo feitos e saindo matéria nacional dizendo que será um aeroporto-ilha. E temos vários outros projetos que eram questionados e está em andamento, num trabalho de convivência com a seca, com 700km de adutora e a barragem de Oiticica. Em licitação, temos a de Umarizeira, a duplicação da oferta de água para a adutora Monsenhor expedito, vamos dar ordem de serviço para outra barragem em Caicó. São quase 3 mil barragens subterrâneas em construção. Seremos o primeiro estado, de acordo com a ministra, a realmente universalizar cisternas, cujos recursos para o último lote chegaram agora.
Em pesquisa recente, a senhora teve 7% de aprovação à sua gestão. A senhora acha possível reverter essa rejeição a tempo das eleições?
Eu não vou comentar pesquisas, porque a gente conhece outras. Mas reconheço que existe um desgaste. Porque, infelizmente, hoje o mundo exige tudo de forma imediata e havia uma grande expectativa da população quando eu assumi, porque em Mossoró, em três mandatos, fizemos um trabalho de recuperação e essa marca era muito forte. E como o Estado vinha de uma descrença da educação saúde, segurança, havia a expectativa que tudo acontecesse de uma vez.  Eu encontrei o estado inadimplente e de mãos atadas sem poder fazer nada, era só dificuldade. Não podia fazer um convênio com o governo federal devido as pendências no Cauc. A lei de responsabilidade fiscal não estava sendo respeitada. Tudo levou a tomada de decisões de medidas antipáticas, mas que foram necessárias, como o ajuste fiscal, para retomar a credibilidade para e tomar bilhões, seja por financiamento, PAC, convênios. Retomar obras que estavam paradas. E eu só estou preocupada em que essas obras possam avançar a cada vez mais.